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Sejam bem-vindos ao Blog Aprendendo Inglês! Eu sou o Prof. Egnaldo Dias e criei esse blog com o intuito de ajudar professores, pais, alunos, amigos e mais pessoas que precisam da língua inglesa para desenvolver alguma atividade ou apenas estudar. Espero que os conteúdos aqui publicados sejam úteis para você!

sábado, 2 de abril de 2011

Mitos e Verdades no Aprendizado de Inglês – Parte 2

Este é o segundo artigo da série Mitos e Verdades no Aprendizado de Inglês, recomenda-se a leitura da parte 1 sobre o mito “para aprender inglês, preciso aprender a falar o idioma”. antes de ler o texto abaixo.

MITO 2: Inglês é fácil de se aprender
“Manolo, você já tentou aprender alemão? É muito difícil, cara… Inglês é muito mais fácil!” Muitos de nós já ouviram coisa parecida, mas não há muito fundamento linguístico para se afirmar isso. Para entendê-lo, é preciso compreender que ninguém aprende uma língua, o que aprendemos são pequenos mundos (chamados em Linguística de campos semânticos ou campos conceituais) dentro de uma língua. A isso equivale dizer que não é possível ser 100% proficiente em qualquer área de uma língua. Eu sou perfeitamente capaz de fazer uma palestra sobre a minha área em inglês, mas completamente incapaz de falar sobre moda ou mesmo de dar uma receita mais complexa em inglês, simplesmente porque não domino esses campos conceituais, nem em português, nem em inglês. As instituições que “medem” fluência em inglês, os famosos exames de proficiência, fazem, na verdade, uma avaliação do grau de competência linguística/comunicativa nos principais campos conceituais, nos mais utilizados no dia-a-dia, enfatizando vocabulário corriqueiro. Passar num exame de proficiência não quer dizer necessariamente que uma pessoa seja capaz de falar sobre mecânica, arte, filosofia, medicina ou informática em inglês.
Mas como se estabelece a “simplicidade” ou a “complexidade” de um idioma? Linguisticamente falando, nenhuma língua é mais difícil ou fácil que outra. O inglês tem um sistema de flexões verbais bastante simples, não possui subjuntivo marcado (com exceção de alguns resquícios do Middle English, como “God save the Queen”), só possui uma marcação de pessoa (o da 3ª pessoa do singular), e nem sonha com os tempos verbais latinos mirabolantes do português, como o medonho “futuro do subjuntivo” (para o qual o inglês utiliza o simple present – “Se tiver dinheiro, vou te ajudar” > “If I have the money, I’ll help you out.”) ou o hediondo “infinitivo pessoal” (“Isso é para nós fazermos”). Por outro lado, o inglês é uma língua relativamente complexa no que diz respeito ao uso de preposições (o português tem por volta de 25 preposições, enquanto o inglês tem mais de 100, se contadas as locuções preposicionais). O uso de in, on e at é motivo de insônia para muitos aprendizes de inglês.
Em 1887, o polonês Ludwik Zamenhof publicou os esboços do que seria conhecido como Esperanto, uma língua artificial, criada por ele, que tinha como escopo ser simples de se aprender (apenas 10 regras gramaticais, sem exceções) e universal. O que aconteceu? O Esperanto nunca vingou, em parte por falta de interesse político, em parte porque, sendo uma língua derivada de várias línguas europeias – germânicas, latinas e eslavas, acabou resultando num sistema tão difícil quanto o de qualquer outra língua natural.
As línguas são complexas porque a comunicação do homem é complexa, e deve possibilitar um número inacreditável de combinações, sentidos denotativos e conotativos, deve permitir que sua estrutura seja usada para produzir humor, arte, criatividade. Em suma, qualquer língua é difícil.

O que nos faz pensar que certas línguas sejam mais fáceis que outras (o que pode não passar de uma ilusão cognitiva) seja talvez a proximidade ou a exposição. Aprender espanhol é para nós, brasileiros, inegavelmente muito mais simples que para um russo. Um dinamarquês não precisa lá de muito esforço para aprender sueco ou norueguês. É relativamente fácil, para um ucraniano, aprender russo. Línguas estrutural e historicamente próximas são mais simples de se aprender. Por outro lado, a exposição ao inglês na sociedade ocidental (e agora também na oriental) é tão intensa que, por vezes, temos a impressão de já saber inglês mesmo sem estudá-lo. Segundo um levantamento empírico que fiz certa vez, um brasileiro de classe média que nunca estudou inglês na vida conhece cerca de 200 palavras em inglês (embora não as pronuncie corretamente). Obviamente será sempre mais simples aprender um idioma ao qual somos mais expostos, e no qual há material audiovisual e textual em qualquer esquina.

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